Senado

Ocupação de praia e restrição de acesso e circulação de pessoas pode se tornar crime

A pena prevista é de seis meses a dois ano de detenção e multa para quem impedir ou dificultar o acesso livre à praia ou ao mar

Ocupação de terrenos de praia com restrição de acesso ao público pode se tornar crime

Ocupação de terrenos de praia com restrição de acesso ao público pode se tornar crime Foto: Reprodução

A invasão ou a ocupação de praia, com restrição de acesso e circulação ao público, pode se tornar crime. A regra está prevista no PL 2.511/2024, do senador Esperidião Amin (PP-SC), que está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) onde pode ser votado em decisão final. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (17), às 10 horas.


O projeto, que tem relatório favorável do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), altera o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei 7.661, de 1988), para estabelecer pena de seis meses a dois anos de detenção e multa para quem impedir ou dificultar o acesso livre à praia ou ao mar; ocupar área de praia indevidamente ou sem autorização; ou urbanizar indevidamente terreno adjacente à praia, dificultando o acesso livre.

A cidade de Angra dos Reis (RJ) ensina como os ricos limitam o acesso dos pobres ao mar
Foto: Júlio César Guimarães/Agência Pública 



Esperidião Amin explica que não existe, atualmente, previsão de crime específico para quem ocupa as praias ou restrinja o acesso ao público. O projeto, segundo ele, pode dar força à prevenção dessas invasões, que já são proibidas pela Constituição. Em pronunciamento feito após a apresentação do projeto, o senador criticou a repercussão em torno da PEC 3/2022, que altera o domínio dos terrenos de marinha, que ficou conhecida como PEC da privatização das praias. Para o senador, houve uma tentativa de difamar a proposta, que também está em análise na CCJ.


Senador Esperidião Amin (PP-SC)
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado



De acordo com Flávio Bolsonaro, a responsabilidade de garantir o acesso às praias é dos municípios, juntamente com os órgãos ambientais, mas isso não vem ocorrendo. “O que se vê é a multiplicação de casas, prédios, e empreendimentos turísticos que impedem o acesso da população brasileira a esse bem de uso comum, que é essencial ao lazer de todo brasileiro”, avalia o relator. Para ele, a aplicação de penas nesse caso é adequada porque visa garantir um direito social previsto na Constituição, que não tem sido efetivamente protegido pelo poder público.


Banco Central


Também está na pauta a PEC 65/2023, que concede autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central (BC). O texto começou a ser discutido no dia 3 de julho,  mas teve a votação adiada após um pedido de vista ao relatório do senador Plínio Valério (PSDB-AM). No dia 10 de julho, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou um voto em separado contrário ao texto, e a votação foi adiada mais uma vez.


A PEC, do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), transforma o BC — hoje uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda — em uma empresa pública “com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira”. De acordo com o autor, o Banco Central precisa de autonomia orçamentária para que possa cumprir de forma plena a sua atividade de autoridade monetária com a missão de zelar pela estabilidade do sistema financeiro e fomentar o pleno emprego.


 “A experiência internacional mostra que os principais bancos centrais do mundo se submetem a processos rigorosos de supervisão, tanto internos quanto externos, mesmo com elevado grau de autonomia financeira”, argumenta o autor da PEC.


O senador Plínio recomenda, em seu relatório, a aprovação da proposta na forma de um substitutivo (texto alternativo).

Fonte: Agência Senado

Dê sua opinião: