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Dez nomes são alvos de investigação em operação da PF; um tem foro privilegiado

Operação Campanile foi deflagrada na manhã desta terça-feira, e cumpriu 18 mandatos de busca e apreensão

Viaturas da Polícia Federal durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na Secretaria de Saúde do Piauí

Viaturas da Polícia Federal durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na Secretaria de Saúde do Piauí Foto: Marcelo Rocha

A Polícia Federal (PF) informou que a operação “Campanile”, deflagrada na manhã desta terça-feira (12), que deu cumprimento a 18 mandados de busca e apreensão nos municípios de Teresina; Joca Marques; Parnaíba; Pelotas e São Paulo, investiga 10 pessoas, sendo seis servidores públicos, três empresários e um advogado.

A delegada Milena Soares Caland, responsável pela investigação informou que a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) realizou pagamentos de cerca de R$ 33 milhões a três empresas que atuam nos setores de equipamentos hospitalares, medicamentos, e insumos utilizados em hospitais temporários. As três empresas investigadas possuem sede nos estados do Piauí, São Paulo e Rio Grande do Sul. Um dos investigados possui foro privilegiado.

Conforme a delegada, “os servidores públicos atuavam em diretorias de comissão de licitação, diretoria de gestão, diretoria que fazia a destinação de equipamentos a hospitais, diretorias que geriam o fundo estadual de saúde, setores da Sesapi que manipulavam valores consistentes”.

Entre um dos exemplos de superfaturamento citados,  a delegada argumenta que a Sesapi realizou a compra de 100 camas do modelo Fawler. "A Cama Fawler, que é um dos itens,  a Sesapi comprou 100 unidades, ao preço de R$ 2.750,00 cada cama Fawler. A empresa comprou essa cama por R$ 1.123,00 e a revendeu por R$ 2.750,00, com um lucro de 133%”, explica delegada.

O superintendente da CGU, Glauco Ferreira, detalhou que o superfaturamento dos produtos contratados chegam a R$ 400 mil. “Um dos aspectos que já foram identificados é o indício de superfaturamento por quantidade, ou seja, pela não entrega dos produtos contratados, que somaria quase R$ 400 mil, em relação ao contrato da principal empresa investigada”, pontuou Glauco.

Em nota,  a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) informou que colabora com as investigações, além de destacar a transparência e seriedade durante todo o processo adotado pelo órgão durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19 em todo o estado.

"A Secretaria de Estado da Saúde informa que colabora plenamente com as investigações da Polícia Federal deflagradas na manhã nesta terça (12). O órgão ressalta sua transparência e seriedade durante todo o trabalho de combate a pandemia do coronavírus e destaca que todos os procedimentos contratuais e licitatórios obedecem, rigorosamente, o que prevê a lei. A Sesapi reconhece o trabalho e o dever da polícia de investigar e irá mostrar, ao longo do processo, que não há nenhuma irregularidade em suas ações".

Fonte: Polícia Federal

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