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Procurador ameaça multa de R$ 50 mil contra nova paralisação dos ônibus em Teresina

A nova greve de motoristas e cobradores está marcada para esta quarta-feira (28)

Garagem de empresa de ônibus em Teresina

Garagem de empresa de ônibus em Teresina Foto: Sintetro-PI/Francisco Sousa

O procurador regional do Trabalho, João Batista Machado Júnior,  vai pedir a execução da multa de R$ 50 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), caso a categoria cumpra a ameaça de deflagrar uma nova greve nesta quarta-feira (28) e não coloque 70% da frota circulando nos percursos das linhas em Teresina. 

O Ministério Público do Trabalho entendeu que nos dias 13 e 14 de outubro, quando houve uma paralisação no transporte público de passageiros na capital, ficou caracterizado o descumprimento da liminar com base no relatório de fiscalização encaminhado pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans), que apontou a circulação da frota bem abaixo dos 70% determinados pela Justiça do Trabalho. 

O Sintetro deveria garantir a circulação de 70% da frota de segunda a sexta nos horários considerados de pico e 30% nos demais horários e aos domingos. “A partir do relatório, verificou-se que, apesar de ter sido disponibilizada a frota, não havia motoristas e cobradores em número suficiente, o que é um claro descumprimento da decisão pelo Sintetro. Por essa razão, pedimos a execução da multa”, justificou João Batista Machado Júnior. “Se houver uma conduta reincidente, o Ministério Público considerará um ato atentatório à dignidade da Justiça, devendo ser aplicada ao sindicato, além da multa, mais 20% sobre o valor da causa”, avisou o procurador no despacho.

Sindicado mantém greve

Uma liminar expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) derrubopu a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, que obrigou os empresários a pagarem o ticket alimentação e plano de saúde das categorias do transporte coletivo. A greve vai continuar, mesmo com a execução da multa, garantiu o presidente do Sintetro, Ajuri Dias.

"A gente já fez assembleia e notificamos os órgãos e vamos continuar com o movimento de greve. O movimento continua. Não tem como desistir ou parar, pois quem está na necessidade em receber salário, ticket, plano de saúde, são os trabalhadores. O Ministério Público não sabe da necessidade. Não é para desafiar ninguém, mas a gente precisa mostrar a forma como os trabalhadores estão vivendo, sem nenhuma resposta ao dissídio coletivo. Estamos há 7 meses passando necessidade. Não é hora de parar. Se a gente não se manifestar não vamos conseguir nada. Estamos chegando no final do ano sem salário. Tem muita gente entrando em depressão, passando necessidade", lamentou.

Fonte: MPT

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