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Cachorro-quente com refrigerante para celebrar 22 mil mortos por Covid-19 no Brasil

O ianque tosco e debochado saiu para lanchar e ouviu o que merecia: "fascista", "fora Bolsonaro", "genocida", "assassino"

Bolsonaro come cachorro-quente sob panelaço e gritos de

Bolsonaro come cachorro-quente sob panelaço e gritos de "assassino" Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

As autoridades de saúde confirmavam 22.165 brasileiros mortos e 349.113 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), as panelas batiam, enquanto um “ianque tosco”, nem aí para os gritos de “assassino”, comia cachorro-quente com refrigerante na noite seca de Brasília.

Bolsonaro mais uma vez tripudiou, fez pouco caso da dor das famílias que enterraram quem amavam. Cercado de seguranças e de apoiadores, o presidente voltou às ruas, ignorando as recomendações das autoridades de saúde, como já se tornou rotina nestes dias de isolamento social. Foi passear e provocar aglomeração.

A cena daquele homem desajeitado, comendo [ou tentando], indignou o país. Como um ser humano pode ser tão insensível, tão debochado

Bolsonaro se fazia de besta, enquanto a maioria dos brasileiros tentava dormir na noite deste sábado (23), depois de uma semana marcada pelo crescimento - para a casa dos quatro dígitos - do número de mortes provocadas pelo novo coronavírus e pela pressão dos empresários para a reabertura do comércio – uma sentença de morte para a massa trabalhadora brasileira.

Boca imunda

Toda a dor provocada pelas mais de mil mortes diárias de pais, mães, filhos, irmãos, avós, tios... foi tão deprimente quanto assistir a baixaria protagonizada pelo presidente da República na fatídica reunião do dia 22de abril.

Querendo esconder a sua total incapacidade e tentando, a qualquer preço, proteger os filhos e outros parentes investigados em inquéritos na Polícia Federal, Bolsonaro parecia o dono de um "puteiro", aquele sujeito da boca-suja, tamanha a quantidade de palavrões ditos numa só respiração.

Depois, com cara de bicho, ameaçou colocar no olho da rua quem se colocasse no caminho de seu objetivo: a impunidade... dos parentes e dos amigos.

A podridão dos bastidores escusos do Planalto veio à tona, a público, por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.

Celso de Mello assistiu ao vídeo da reunião do dia 22 de abril e testemunhou a pressão de Bolsonaro contra subalternos, inclusive o então ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Enquanto ministro, Moro foi conivente com os desmandos do “chefe” e omisso em não denunciar a pressão do presidente para barrar as investigações em curso na Polícia Federal a pedido da Procuradoria Geral da República para apurar “rachadinhas” e outros crimes atribuídos a familiares e parentes do presidente.

O ex-juiz só falou depois que Bolsonaro demitiu Valeixo para indicar um amigo da família para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. E barrar as investigações contra seus rebentos.

Nova aparição

Como faz todo final de semana, Bolsonaro aprontou de novo neste domingo (24), protagonizando cenas dantescas que ganharam as páginas da mídia fantástica e sem assunto.

Foi de helicóptero para o Palácio do Planalto e de lá caminhou até os manifestantes verde/amarelos na Esplanada dos Ministérios. Abraçou crianças e fez a festa dos presentes.

Gosto amargo

Ver um presidente cheio de dedos, tentando engolir um cachorro-quente, é um “refresco” [amargo, é verdade!] nestes mais de dois meses de exposição a imagens tristes, como as das famílias em desespero enquanto tratores cobrem os caixões enfileirados, enterrados às centenas em valas comuns pelo país.

São mais de 22 mil brasileiros mortos pelo novocoronavírus...Vidas que viraram números nas estatísticas e nas cruzes de madeira fincadas no chão do Brasil.

Vídeo postado no Youtube
Autor: Robson Bonin Da Silva

Fonte: Paulo Pincel

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