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Maestro Aurélio Melo chora o fim da Orquestra Sinfônica de Teresina

Além do maestro Aurélio Melo, outros 146 músicos e técnicos da OST serão demitidos. Vão ficar sem emprego e sem salário em plena pandemia

Oos músicos concederam um coletiva para a imprensa

Oos músicos concederam um coletiva para a imprensa

Considera “desastrosa” e “incompetente” pela deputada estadual Teresa Britto, em discurso duro na Assembleia Legislativa, na sessão de quarta-feira (12), a gestão do prefeito de Teresina, José Pessoa Leal, o "Dr. Pessoa", pode entrar para a história pela porta dos fundos, ao acabar com um dos orgulhos da população da capital: a Orquestra Sinfônica de Teresina (OST).

Além do maestro Aurélio Melo, outros 146 músicos e técnicos da OST serão demitidos. Vão ficar sem emprego e sem salário em plena pandemia. Outros projetos culturais também estão ameaçados como o Balé da Cidade, Banda 16 de Agosto, Orquestra Sanfônica e Orquestra de Violões, além de várias ações educacionais na área da música.

Durante a manifestação realizada na manhã desta quinta-feira (13), no Teatro de Arena da Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, organizada pela Associação dos Amigos da Orquestra Sinfônica de Teresina (AAOST), o maestro Aurélio Melo, presidente da AAOST, chorou ao falar sobre a situação dos músicos e funcionários, todos ameaçados de perderem o emprego. "Estou regendo a pior sinfonia da minha vida, uma sinfonia macabra, que é lidar com 76 famílias desempregadas", disse.

"95% do valor que recebemos da prefeitura é destinado ao pagamento dos artistas, 5% é para a manutenção. Não tem como a gente tirar nada. Certas acusações que foram feitas são maldosas, tentando manchar a reputação de pessoas", lamentou o vice-presidente da AAOST, Hilson Costa.

"O artista não vai ter mais seus direitos trabalhistas, que ele conquistou à duras penas. Vai receber uma bolsa, ficar na condição de estudante. Se ele quiser pagar o INSS vai ter que pagar do seu dinheiro", acrescentou Hilson Costa

"Nessa transição, vamos ficar sem trabalhar e as crianças vão ficar desassistidas. Já estamos em uma situação vulnerável, de pandemia, a classe da cultura está sendo muito impactada", acrescentou Samuel Alves, membro da Associação dos Amigos do Balé da Cidade.

"O que fica é essa dor, principalmente minha, de que o que nós fizemos para a cidade através da música não valeu a pena fazer. A orquestra está ameaçada. Como é que você vai manter uma Orquestra sem pagamento? A prefeitura disse que mantém. Mas manter como? Com os mesmos direitos? Vai ser a mesma coisa eles sendo bolsistas?", questionou Aurélio Melo, com lágrimas nos olhos.

Fonte: AAOST

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