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Wellington Dias chama de "enganação" mudança no ICMS orquestrada por Arthur Lira

"Sejamos sincero, é enganação. E muita gente boa entrou na onda", lamentou Wellington Dias

Wellington Dias é o presidente do Consórcio Nordeste

Wellington Dias é o presidente do Consórcio Nordeste Foto: Reprodução/CCom

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), considera "enganação" as mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados, que alteram o cálculo do ICMS cobrado sobre o valor dos combustíveis. Dias, que preside o Fórum de Governadores do Nordeste, anunciou que os governadores vão ao Supremo Tribunal Federal questionar a alteração nesse cálculo.

"É claro que se nós governadores soubéssemos que essa proposta da Câmara resolveria a situação do combustível, até aceitaríamos esse sacrifício. Mas sejamos sincero, é uma enganação. E muita gente boa entrou na onda", lamentou Wellington Dias.

"Por isso a gente quer negociar com o Senado para que a gente possa garantir o entendimento em que a solução emergencial é a capitalização do fundo de equalização do combustível, aí sim, faz a gasolina, por exemplo, descer para R$ 4,5 um litro. Além disso, aprovar a reforma tributária. Esta sim é boa para o Brasil", avalia.

Governadores devem entrar com uma ação no STF 

Nesta sexta-feira (15), em resposta às críticas do governadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), escreveu em uma rede social que "a Câmara não está contra os governadores". Seguimos vivendo circunstâncias excepcionais. A Câmara não está contra os governadores - mas sim a favor dos governados - o povo que nos elegeu. Brasileiros que sofrem com a inflação e desemprego e que precisam agora deste apoio -como precisaram ano passado do auxílio emergencial... Se o problema é o longo prazo, daqui até lá, periga muita gente não estar aqui pra contar história. Câmara é ação no presente - quando os brasileiros pedem providências".

Arthur Lira cobrou sensibilidade dos governadores com o momento do país. "Nesse momento acho que os governadores deveriam ter um pouco mais de sensibilidade, trazer o debate para um campo mais próximo da sociedade, porque não tem estado que esteja minimamente com as finanças prejudicadas com estes últimos anos de arrecadação crescente, principalmente no combustível, energia e comunicações", disse. Para Lira, não se "pode ficar na letargia de não se fazer nada" em relação à alta dos combustíveis. Ele afirmou que é justo que Estados que estão em situação fiscal muito boa não percam arrecadação, mas deixem de ganhar geometricamente. "Não é correto que governadores já afirmem que mudança do ICMS vai tirar arrecadação. Não é justo que consumidor seja prejudicado neste momento".

Fonte: Paulo Pincel

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